A tristeza como afeto depressivo revela um desamparo e uma impotência difícil de expressar em palavras. É uma abstenção, um “não dizer” de si, em um recolhimento perante a vida.
O preconceito social segrega e transforma uma dificuldade emocional em fraqueza e inibição, dificultando pedir ajuda para falar de si com um amigo, familiar ou terapeuta.
Nesse sentido, o abuso dos antidepressivos pode legitimar a depressão como um modo de vida, sem que a pessoa se implique em seu sofrimento, como uma reação possível à inconsistência do mundo contemporâneo.
Não se trata de preguiça, mas de um sentimento que não engana, a angústia, que precisa ser acolhida e ouvida para ser ultrapassada.
As soluções rápidas revelam a pressa contemporânea, que retarda a implicação do sujeito nos sintomas que revelam o mal estar, para que de fato sejam tratados.
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