quarta-feira, 24 de setembro de 2025

BURNOUT DO CUIDADOR


BURNOUT é o estado de exaustão física, emocional e psíquica que também acomete pessoas que cuidam de pessoas com doenças crônicas como Alzheimer, esquizofrenia e outras.

É classificada pela OMS- Organização Mundial de Saúde como uma doença ocupacional na CID-10.

A causa deste estado de esgotamento se deve a falta de apoio familiar, social e do Estado. 

A consequência é o isolamento social, pois não pode se ausentar, não há quem a substitua neste trabalho intenso.

É urgente apoio e tratamento aos cuidadores, que em sua maioria são filhas, esposas e irmãs em um cuidar exaustivo, solitário e não reconhecido.

Ana Lucia Esteves
Psicanalista/Psicóloga

domingo, 17 de agosto de 2025

"LIMITES: NÃO E SIM"


RELAÇÃO PAIS/FILHOS.

A colocação de limites é essencial ao desenvolvimento infantil. 
Não se trata somente de fazer obedecer, são pontos de orientação que geram a confiança que as crianças necessitam, em uma ação que mostra impedimentos e aponta outras direções. 
Não é somente dizer "não" o tempo todo, mas apontar o que é possível. Isto"não", mas aquilo "sim"!
Tampouco é simples saber exercer a autoridade necessária sem ser autoritário, pois a autoridade se fundamenta, segundo E. Laurent, sobre o que é autorizado e não sobre o que é proibido.

Ana L. Esteves
Psicanalista/Psicóloga

domingo, 6 de julho de 2025

ABORDAGEM PSICANALÍTICA DA DEPRESSÃO

 
ABORDAGEM PSICANALÍTICA DA DEPRESSÃO 

A ética da psicanálise não compartilha das práticas que fazem da clínica da depressão um universal a ser somente medicado.
O mal estar psíquico faz parte da vida de forma intensa em algumas fases da nossa vida.
Uma boa saída é poder atravessar os obstáculos sem apenas  amortecê-los na medicalização. Utilizá-la como um suporte na travessia da angústia, e não como um fim em si mesmo.
A abordagem psicanalítica visa, pelo contrário, a implicação da pessoa em sua história singular e responsabilização na construção de suas próprias questões, ao ser ouvido. E ultrapassar adversidades não é algo que se possa fazer sozinho.
Segundo o psicanalista J.Lacan, a única coisa da qual o sujeito pode ser culpado é de haver cedido de seu desejo.

quinta-feira, 11 de julho de 2024

DROGAS: ATO NO CORPO QUE FAZ INEXISTIR O OUTRO.

Na repetição da busca e do ato de se drogar, cria-se a ilusão de obter um prazer completo e instantâneo, na tentativa de preencher o vazio que a angústia promove. Comunica-se com seu corpo, sem precisar usar palavras, barrando o encontro com o Outro. O prazer imediato da química no corpo amortece o desejo, produz uma parceria fechada com a droga e dispensa a busca de prazer no encontro e relação com as pessoas. É como se sozinho encontrasse todas as respostas que as questões da vida nos impõe, fazendo um curto- circuito psíquico ao renunciar ao laço social. Imagem: m. boyayan

segunda-feira, 8 de abril de 2024

DEPRESSÃO : MAL ESTAR CONTEMPORÂNEO


A tristeza como afeto depressivo revela um desamparo e uma impotência difícil de expressar em palavras. É uma abstenção, um “não dizer” de si, em um recolhimento perante a vida. 
O preconceito social segrega e transforma uma dificuldade emocional em fraqueza e inibição, dificultando pedir ajuda para falar de si com um amigo, familiar ou terapeuta.
Nesse sentido, o abuso dos antidepressivos pode legitimar a depressão como um modo de vida, sem que a pessoa se implique em seu sofrimento, como uma reação possível à inconsistência do mundo contemporâneo.
Não se trata de preguiça, mas de um sentimento que não engana, a angústia, que precisa ser acolhida e ouvida para ser ultrapassada.
As soluções rápidas revelam a pressa contemporânea, que retarda a implicação do sujeito nos sintomas que revelam o mal estar, para que de fato sejam tratados.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

AUTISMO

"EPIDEMIA DIAGNÓSTICA E TRATAMENTOS"
O autismo não é localizado em exames de sangue ou cerebrais, pois o diagnóstico é clínico, nos sintomas que se apresentam. Com o DSM-5 (2013), o espectro autista se transforma em um transtorno do neuro-desenvolvimento, que prioriza a adaptação cognitiva em detrimento da complexidade psíquica, e apaga o sujeito a ser trabalhado subjetivamente, visando especialmente a adequação do comportamento. O efeito é apatologização da infância, epidemia diagnóstica de autismo, medicalização crescente de crianças, tratamentos adaptativos de alto custo financeiro, que visam o desempenho e automatizam o comportamento. Abordagem de mercado divulgada nas mídias, que propaga uma falha no cérebro que não está comprovada pela ciência, treinando crianças sem levar em conta as causas, os afetos singulares e o entorno familiar tão importantes para o tratamento. Penso que a intervenção com crianças autistas deva partir das produções enigmáticas, sem sentido, repetitivas que são formas próprias de sua tentativa de comunicação. A partir daí oferecer um espaço e tempo possíveis para que se dê a possibilidade de uma construção psíquica infantil, que por alguma razão não se constituiu ainda. Imagem: Luciano F.

sábado, 7 de outubro de 2023

Tratamentos do sofrimento mental

"TRATAMENTOS DO SOFRIMENTO MENTAL"

 A crise atual no campo da saúde mental, efeito das intensas e aceleradas mudanças na atualidade, não trata como deveria o sofrimento mental de quem cuida de um familiar portador de Alzheimer. Vive sobrecarga continuada sem tempo para o "EU", sem pausas e com sintomas depressivos, ansiosos e transtornos que levam muitos a questionar o sentido de sua vida, sem vislumbrar saídas possíveis.
 Geralmente quem cuida integralmente são mulheres do familiar adoecido que abdicam de sua vida social, afetiva, familiar, financeira e profissional para cumprir com a rotina difícil e extenuante de cuidados. Encontram-se geralmente sem apoio familiar ou de programas de saúde mental do Estado.
 O tratamento oferecido em massa hoje é a medicação, que é importante para o alívio dos sintomas do mal estar psíquico, mas não trata as causas que geram este sofrimento. 
Faz falta  oferecer espaço de tempo para a narrativa da história particular e dor psíquica do cuidador. Sua angústia não é acolhida e reconhecida por grande parte dos  profissionais da saúde mental, que deveria acolher e escutar as questões  e impedimentos que  possa conduzir o cuidador a alguma transformação subjetiva. 
 As associações e redes de apoio, geralmente organizadas por mulheres que já cuidaram de um familiar com demência, tem cumprido esta função

Ana L. Esteves